Como avaliar o impacto da gestão de manutenção no orçamento do condomínio?

A importância de mensurar as economias geradas por investimentos em ações que facilitam a gestão da manutenção.

A implantação de um controle eficiente de manutenção preventiva pode resultar em um aumento inicial na cota condominial, principalmente em edifícios mais antigos que não realizaram manutenções desde sua construção. No entanto, a grande questão é: como medir se esse investimento inicial trará economias a médio e longo prazo?

Fatores que influenciam a análise de custos

Para avaliar o impacto financeiro, alguns elementos precisam ser levados em consideração, como:

A produtividade e capacitação da equipe de manutenção local.
A eficiência na gestão de empresas terceirizadas para garantir serviços de qualidade.
O controle da vida útil dos equipamentos e sistemas prediais.
Cada um desses fatores afeta diretamente o orçamento do condomínio, tornando essencial um planejamento estruturado e um controle rigoroso.

Manutenção em edifícios antigos vs. novos

Em edifícios mais antigos, o investimento inicial tende a ser maior devido ao acúmulo de falhas e degradação dos sistemas. Por outro lado, construções novas permitem um planejamento mais eficiente desde o início, garantindo uma rotina de manutenção mais equilibrada e custos mais previsíveis ao longo do tempo.

A importância da documentação e monitoramento

Uma edificação é composta por diversos sistemas, como estrutura, hidráulica, impermeabilização, revestimentos e equipamentos industrializados. Cada um desses componentes requer cuidados específicos e periodicamente revisados. Para isso, é fundamental manter um histórico detalhado das inspeções e intervenções realizadas.

Sem dados organizados, é impossível tomar decisões estratégicas sobre quais sistemas necessitam de investimentos prioritários. Dessa forma, a gestão eficiente exige o registro de todas as manutenções, sejam elas feitas internamente ou por prestadores de serviço.

A resistência à mudança e a barreira cultural

Um dos maiores desafios na implantação de um sistema de manutenção é a resistência das equipes que já trabalham há anos na edificação. Muitas vezes, os colaboradores locais não estão habituados a documentar suas atividades, e isso pode gerar dificuldades na transição para um modelo mais organizado e transparente.

Contudo, quando essa mudança é implementada, os benefícios são claros para todos: moradores, gestores e a própria equipe de manutenção, que passa a ter respostas mais rápidas e melhores condições de trabalho.

Dados concretos sobre manutenção preventiva vs. corretiva

Um estudo conduzido por Pablo Von Knoblauch Fontão comparou dois condomínios com gestões distintas:

O primeiro adotou apenas manutenção corretiva, ou seja, intervia somente quando surgiam problemas.
O segundo seguiu um planejamento preventivo, contratando uma empresa especializada para gerenciar suas manutenções.
Os resultados foram impressionantes. O primeiro condomínio sofreu picos de gastos imprevisíveis, chegando a ultrapassar 2000% de crescimento nos meses analisados. Em alguns períodos, os custos com manutenção superaram 225% do valor arrecadado na cota condominial.

Já o segundo condomínio manteve uma oscilação de gastos abaixo de 40%, garantindo previsibilidade orçamentária. Além disso, seus custos de manutenção permaneceram inferiores a 25% da arrecadação total, permitindo um planejamento financeiro muito mais estável.

Custo ou investimento?

Os números não mentem: a falta de planejamento gera impactos financeiros severos, levando a rateios inesperados e dificuldades na previsão de despesas. Por outro lado, a manutenção preventiva reduz custos a longo prazo e evita conflitos em assembleias.

A escolha entre tratar a manutenção como custo ou investimento é decisiva para a saúde financeira do condomínio. Um planejamento eficaz não apenas protege o patrimônio, mas também garante maior tranquilidade para moradores e gestores.