Sempre há uma saída, mas antecipar o problema reduz os custos.
A tecnologia é uma grande aliada na gestão eficiente das manutenções prediais.
É comum ouvirmos que ‘prevenir é melhor do que remediar’, especialmente em questões de saúde, meio ambiente e conservação de bens. Porém, quando o assunto é a manutenção de condomínios, essa mentalidade nem sempre prevalece.
Para implementar a manutenção preventiva em um prédio, é necessário superar barreiras culturais e comportamentais entre moradores, síndicos e administradores. O modelo mais aceito ainda é o da manutenção corretiva, onde os reparos só são feitos quando o problema já ocorreu. Mas essa é realmente a melhor opção?
Estudos apontam que não. Em 1984, Wolter Reinold Sitter desenvolveu a chamada Regra dos 5, ou Lei de Sitter demonstrando que os custos de manutenção aumentam exponencialmente quando a prevenção é negligenciada. O custo para correção pode ser até cinco vezes maior.
Mudança cultural
Se a questão financeira não é suficiente para incentivar a prevenção, por que a resistência ainda existe? Um dos fatores é que, ao contrário de outras indústrias, a construção civil no Brasil não passou por um processo de padronização e controle pós-entrega. Faltam manuais de uso, programas de manutenção atrelados à garantia e capacitação dos usuários.
Além disso, um prédio não pode ser levado a um centro de manutenção como um carro. Culturalmente, também há uma diferença de percepção: enquanto um automóvel é visto como um bem que se desvaloriza, um imóvel é erroneamente considerado como algo que sempre se valorizará, independentemente de sua conservação.
Dificuldades identificadas
Trabalho com gestão da manutenção predial desde o ano de 2018 e entendo que um dos principais desafios é a dificuldade em elaborar um plano de manutenção adequado para cada edificação. Além disso, há obstáculos na organização financeira do condomínio e na contratação e gestão de fornecedores e equipes locais.
A falta de ferramentas adequadas também contribui para a resistência. Muitos síndicos ainda utilizam planilhas de Excel, papéis impressos e digitalizações, mesmo com diversas soluções digitais disponíveis no mercado.
A gestão da manutenção predial no Brasil é regulamentada pela NBR 5674. Essa norma é citada no Código de Defesa do Consumidor, no Código Civil e nas cláusulas de seguros condominiais, tornando-se uma responsabilidade legal dos síndicos.
Para elaborar um plano de manutenção, é essencial considerar a tipologia do prédio, seu uso, tamanho, complexidade e localização. É necessário fazer um inventário dos sistemas prediais, identificando equipamentos e componentes críticos, além de estabelecer frequências de vistorias e manutenção.
A norma também destaca a importância do armazenamento das informações, não apenas para conformidade legal, mas também para futuras tomadas de decisão, comprovação das atividades para condôminos e segurança jurídica.
Uma gestão profissional deve tratar a edificação com a mesma seriedade que uma indústria trata seus ativos. A conservação a longo prazo é essencial, pois, como a NBR 5674 enfatiza, os edifícios são suporte para atividades produtivas e devem manter condições adequadas ao longo dos anos.
Solução na tecnologia
Nos últimos anos, uma mudança cultural tem se tornado evidente. A profissionalização dos síndicos tem impulsionado a adoção de práticas mais eficientes de manutenção. Esse movimento se intensificou com a pandemia da COVID-19 no ano de 2020, que evidenciou a necessidade de um funcionamento impecável dos sistemas prediais, especialmente em edifícios residenciais.
A tecnologia foi a principal aliada dos síndicos na gestão durante a pandemia, e a pandemia acabou dando um “empurrão” em uma mudança cultural que não acontecia há muitos anos.
Com a digitalização e a conscientização crescente, a gestão profissional da manutenção predial se torna cada vez mais essencial para garantir a segurança, o bem-estar e a valorização dos patrimônios imobiliários.
Isso é possível através do uso de softwares de gestão de manutenção predial preparados para atender a NBR 5674, a NBR 16280 de forma facilitada, não trazendo mais trabalho ao síndico, mas simplificando os processos da gestão da manutenção.
